Por Theo Aib, aluno de IC do IFSP SPO.
O ano era 2017, eu estava no quarto semestre e após criar um vínculo mais forte com o meu professor e demonstrar forte interesse em pesquisas científicas, iniciamos os projetos juntamente com duas colegas da minha turma.
“Você quer uma iniciação científica? Então vamos montar um grupo de pesquisa!” Disse o meu primeiro orientador Isac Kiyoshi Fujita, mestre em Engenharia agrícola pela Unicamp.
Depois que todos os três projetos propostos foram aprovados, começamos de fato os trabalhos. Com muita pesquisa teórica e com a veia experimental característica do grupo de pesquisa de Ótica .
Inicialmente os projetos estudavam as aplicações das técnicas de moiré nas análises de tensão e deformação de objetos bem como varredura de superfícies. Mas afinal, o que é moiré? Moiré é um padrão ótico de interferência composto por uma série de franjas criadas através da sombra ou projeção de grades. Suas aplicações são diversas, desde construção civil até medicina.
Bom, deu para notar que a essência do grupo é a ótica e como ela pode ser utilizada para resolver os problemas da sociedade e gerar desenvolvimento. Como o princípio é traduzir a linguagem da natureza com a mínima interferência possível, a conexão com o laboratório de Bioengenharia e Biomateriais (BIOENG) se iniciou muito cedo. Já que nessa área é de suma importância realizar as análises em objetos biológicos sem qualquer tipo de interferência significativa.
No ano seguinte o grupo já contava com sete pesquisas e três orientadores, além do professor Isac, somaram-se o Prof. Dr. Eduardo Guy Perpétuo Bock e o Prof. Me. Sergio Yoshinobu Araki. As pesquisas então ficaram menos gerais e mais específicas adentro das subáreas da aplicação da ótica na metrologia, engenharia de superfície e bioengenharia.
Toda essa trajetória nada fácil, recheada de erros e acertos foi de inestimável valor para mim, os aprendizados eu vou carregar para o resto da vida. Conciliar a iniciação científica com a matriz curricular do curso demandou certo jogo de cintura e alguns sacrifícios. O tempo hábil era escasso e valia ouro.
Só que tudo valeu a pena, “são as grandes tempestades que formam esplêndidos marinheiros”. A pesquisa científica me ensinou a aceitar que nem tudo sai como planejamos e que precisamos nos adaptar as adversidades encontradas. Aprendi a buscar informações, ser imparcial e muito questionador. E o melhor de tudo, aprendi a persistir, pois são os erros que nos impulsionam em direção aos acertos.
Sou grato aos meus colegas e orientadores do grupo pela oportunidade de vivenciar tantas experiências que agregaram valor para o Theo como pesquisador, profissional e ser humano. Sozinhos vamos mais rápido, porém juntos vamos mais longe. Daqui em diante o grupo caminha para a publicação de muitos mais artigos e da consolidação das metodologias. Já somamos 4 premiações, sendo 3 delas no congresso MEC3F e uma no EPEP. Seguimos agora com 8 projetos e mais uma vaga para um aluno do ensino médio, que viverá essa experiência desde cedo! Tenho certeza que vem por aí uma jornada longa e difícil, mas repleta de conquistas.
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